sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Canções do Amor



Canções de amor
(Les Chansons d'amour, França, 2007)


“Considerado uma das maiores revelações do novo cinema francês, o diretor e roteirista Christophe Honoré é celebrado por saber como reunir em suas obras os mais diferentes estilos cinematográficos de seu país. Por referência e reverência, interpõe em suas histórias o que há de melhor em Jean-Luc Godard, Francois Truffault e Jacques Rivette para criar obras sensíveis, sem uma desagradável sensação de déjà-vu.
Em "Canções de amor", tal como no belíssimo "Em Paris", Honoré consegue criar personagens fortes, que equilibram honestamente romantismo e tragédia. Selecionada para o Festival de Cannes do ano passado, "Canções de amor", apresenta o cotidiano do jornalista Ismael (Louis Garrel, de "Em Paris"). Ele namora a bela Julie (Ludivine Sagnier, de "8 Mulheres"), com quem vive um romance à três com Alice (Clothilde Hesme, de "Amantes constantes").
Esse triângulo é interrompido por uma tragédia e faz com que o filme se passe em três grandes atos: a partida, a ausência e o regresso. Uma referência ao processo com que o protagonista irá passar após a morte repentina de Julie.
Com o decorrer da história, Ismael conhece o jovem bretão Erwann (Grégoire Leprince-Ringuet), que se apaixona por ele. O filme, assim, ganha claro tom homossexual com a relação entre os dois. Um divisor de águas, que trará ainda mais conflitos e sensibilidade aos personagens.”


segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Um Misterioso Assassinato em Manhattan



"Um Misterioso Assassinato em Manhattan (Manhattan Murder Mystery - Estados Unidos, 1993), produção que pode ser considerada como pontapé inicial deste período menos pretensioso da vida artística de Allen, também é uma obra de arte cômica esplendorosa, que brinca com muita classe com diversos elementos daquele velho estilo de suspense levado às massas pelo grande mestre Alfred Hitchcock, no qual as tramas procuravam trazer cidadãos comuns (vide a obra-prima síntese da sétima arte, Janela Indiscreta) fazendo as vezes de investigadores particulares, normalmente impulsionados por algum fato de incisiva importância em suas vidas. A partir de uma premissa simples e até mesmo banal, atualmente – mulher suspeita que vizinho matara a esposa e começa a investigar o caso por contra própria, tentando, ao mesmo tempo, convencer o marido de que o crime realmente aconteceu e fazendo com que aos poucos ele também passe a se envolver na loucura -, Allen constrói uma comédia inteligente, recheada de ótimos e impagáveis diálogos e situações cômicas que brotam na tela tal qual flores em um jardim bem adubado.

Aliás, é exatamente esta premissa simples da qual parte o filme que demonstra a capacidade singular do diretor em extrair humor das banalidades da vida cotidiana, uma característica que já faz parte de sua idiossincrasia cinematográfica desde os tempos em que realizara sua maior obra-prima, o melhor filme da história, Annie Hall. Trabalhando em cima de uma pequena crítica/sátira social, por assim dizer, a respeito do vazio encontrado na vida dos casais de classe média da sociedade moderna (a obsessão pelo caso simplesmente ocorre em virtude de o fato ser um diferencial no morno relacionamento da dupla), Woody brinca o tempo todo com a inter-relação entre marido e mulher, que, no fim, pode muito bem ser considerada uma análise das dificuldades encontradas em seu casamento com Diane Keaton, durante a década de 1970 – já que a atriz voltaria a contracenar com ele neste filme depois de quase 15 anos sem fazê-lo (aliás, um retorno no mínimo magnificente, já que Keaton é simplesmente a mulher mais engraçada que já surgira no cinema, impreterivelmente).

Allen, como já é de costume mais do que costumeiro, interpreta em Um Misterioso Assassinato em Manhattan aquela típica persona cinematográfica sua: o nova yorkino judeu, intelectual, neurótico e extremamente irônico, estigma com o qual convive desde o início da carreira – aliás, estas características já viraram marca registrada do autor, muitas vezes rendendo comentários de que, na verdade, nada mais seria do que uma representação de sua própria figura da vida real (algo que ele nega fervorosamente). O ator (no caso) ficara famoso também pelo estilo de humor corrosivo e veloz, com frases curtas e piadas extremamente sutis e sarcásticas, algo que permanece em voga neste trabalho – e rende ótimas e divertidíssimas seqüências, como sempre, aliado à característica singularmente atribuída ao personagem deste filme, muito mais medroso e, por incrível que pareça, inseguro, do que o habitual (o que sugere uma espécie de contraponto à alucinada vontade de sua esposa em desvendar o mistério, transformando-o no ponto frágil da relação – e explorando o fato muito bem).

Entretanto, não é apenas de humor que a obra se sustenta. Muito embora a narrativa seja construída com pretextos totalmente voltados para a comicidade, a trama de suspense criada por Allen possui forma muito bem delineada, com todas aquelas qualidades clássicas que constituem um bom filme do gênero: densidade de personagens, situações inusitadas, reviravoltas surpreendentes e uma construção impecável da ambientalização, dos cenários e de toda a motivação do enredo - transformando o filme não apenas em uma sátira, mas sim em uma obra completa, independente de qual seja a visão utilizada para analisá-la. Ademais, outro ponto extremamente interessante a ser suscitado é o referencialismo que Allen utiliza para com as obras clássicas do gênero, como o supracitado Janela Indiscreta, o clássico noir Pacto de Sangue, de Billy Wilder, e, principalmente, o também noir (e também excelente, por sinal) A Dama de Shangai, de Orson Welles, do qual Allen recria de maneira extremamente criativa toda a famosíssima seqüência final – semelhantemente àquilo que fez com Casablanca em seu ótimo Sonhos de um Sedutor)."

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Aproveitem essa tortinha de 'woody allen'.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Cashback



Cashback (Cashback – Reino Unido, 2006) começa com a cena em câmera lenta quando sua namorada, Suzy (Michelle Ryan), rompe o relacionamento desse jeito: agredindo verbalmente e não se escuta o que ela fala, ele começa a sofrer de insônia. Viu que ganhou mais oito horas só pensando em Suzy, por isso, resolver que para passar o tempo, arruma emprego num supermercado, no turno da madrugada. Cada um de seus colegas de trabalho tem uma maneira de lidar com o tédio. Já Ben (Sean Biggerstaff) prefere imaginar que consegue parar o tempo e as pessoas, despe as mulheres e começa a desenhar já que Ben é um estudante de arte (adoro quando isso acontece, tudo congelado e para voltar é só estalar os dedos! Ah, baita vontade de parar o tempo!). Em sua cabeça, caminha pelos corredores deste mundo estático, sem que ninguém perceba sua presença. Mas logo Ben começará a se sentir atraído por Sharon (Emilia Fox), a caixa do supermercado, que não gosta de olhar para o relógio por mais que olhasse o tempo ia demorar a passar – detalhe do relógio dela todo “adesivado”. E talvez ela traga a solução para sua eterna insônia.


Sean Ellis (diretor, roteirista e produtor) escreveu o filme em apenas sete dias, o que mostra é original, maravilhoso e de boa qualidade. Cashback tem vários efeitos óticos interessantes, é surpreendente!


quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Os incompreendidos



"Os Incompreendidos (Les quatre cents coups - França, 1959) não é só o primeiro longa de Truffaut, filmado em 1959: é um dos títulos seminais da nouvelle vague e um dos melhores filmes de todos os tempos.
Fotografado em preto-e-branco, esse filme acompanha o percurso de um garoto de 12 ou 13 anos pela Paris do final dos anos 50. A criança está sempre se metendo em encrencas, e vem daí o título original, Les 400 Coups – uma expressão idiomática francesa que pode ser traduzida por “pintar o sete”.

Antoine Doinel (Jean-Pierre Léaud) mata aula e mente que a mãe morreu, ergue um altar em honra de Honoré de Balzac e quase mete fogo na casa, rouba e se arrepende, é preso e foge.

O roteiro, do próprio Truffaut, em parceria com Marcel Moussy, recusa o clima piegas que costuma lambuzar filmes sobre infância.
É quase um documentário, profundamente alegre em certas partes e triste, suave, melancólico no seu todo.

Passados quase 40 anos, o final deve se manter surpreendente. É um dos filmes mais simples e mais belos em cento e poucos anos de cinema."

Torrent | Legenda

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Primeiro dia do ano, primeiro torrent, primeiro blog, O meu objetivo é fazer a minha tortinha de cinema, assim, incentivando o interesse pelos ótimos filmes!
Bem, só terá torrents, portanto, não tem os links de emule (sorry!). Esses torrents já vem com legendas (somente em português e com sincronia!) e já foram vistos por mim, então, estão garantidos e podem baixar com tranquilidade.

Aproveitem esse pedaço delicioso!